A governadora Rosalba Ciarlini não negou a possibilidade do marido, Carlos Augusto Rosado, assumir o gabinete civil do Governo do Estado, atualmente ocupado por Anselmo Carvalho. Em resposta evasiva durante a cerimônia de assinatura da ordem de serviço para a construção do Terminal de Passageiros no Porto de Natal, a gestora preferiu falar no preoconceito que existe pelo fato dela ser mulher e ser casada e que, por isso, não teria, na visão de alguns, autonomia para governar o Rio Grande do Norte.
"O que estamos querendo é acabar com esse preconceito. Será possível que só porque é mulher tem que ser diferente?", respondeu ela, quando perguntada sobre a possível presença de Carlos Augusto no gabinete-civil. Essa possibilidade, vale lembrar, foi levantada há alguns dias, nos bastidores da política local. Carlos Augusto ajudaria na articulação política dentro do governo, até porque a administração de Anselmo Carvalho no Gabinete Civil, segundo alguns deputados aliados, não tem contribuído para isso.
E esse não foi o único assunto polêmico pelo qual a governadora foi questionada durante a cerimônia. Sobre a greve da Universidade Federald o Rio Grande do Norte (UERN), por exemplo, ela afirmou que "faltou paciência aos professores. Poderiam ter analisado (a proposta enviada pelo Governo do Estado) e olhar pelo lado do aluno. O aluno não pode ser mais prejudicado e nós não vamos permitir isso".
Rosalba, porém, não afirmou o que pretendia fazer para impedir que isso aconteça e também não descartou um pedido de ilegalidade da greve - iniciada na quarta-feira. Pelo menos por meio da negociação, a situação ficou difícil. Isso, porque o Governo do Estado até enviou uma nova promessa para a categoria, de que iria enviar até hoje o projeto de lei que reajusta o salário de professores e servidores para a Assembleia Legislativa.
No entanto, condicionou isso a permissão da Lei de Responsabilidade Fiscal e vale lembrar que é justamente a impossibilidade, segundo o Governo, gerada por essa lei que impede a implantação do plano de cargos, carreiras e salários dos servidores públicos há mais de dois anos. É importante relembrar também que, pouco mais de uma semana depois do início de uma greve dos servidores da administração indireta do Estado, em outubro de 2011, o Governo do Estado pediu a ilegalidade da paralisação, forçando os grevistas a voltarem ao trabalho.
Sobre a crise na Saúde Pública Estadual, que inclui greve de médicos, servidores e a total falta de estrutura e leitos nos hospitais públicos, Rosalba afirmou que o problema é causado pelas dívidas deixadas pela gestão anterior. "Estamos estudando. A secretária-adjunta está interinamente respondendo, nós estamos fazendo um levantamento. Na realidade o que acontece é que quando nós assumimos encontramos um defícit de R$ 155 milhões. Quando eu digo que temos que trocar o pneu com o carro andando é que nós não podemos parar nada e sair. As despesas eram muito grande. As estruturas estavam sucateadas. Faltando equipamento, uma série de coisas, problemas gravíssimos. E saúde é vida", afirmou.
Rosalba também fez questão de enumerar os gastos da Saúde no Estado. "Nós tivemos que, honrando os débitos que encontramos, mas ao mesmo tempo nós tivemos que colocar, só para custeio, para se ter uma ideia, a folha da saúde, representa algo em torno de R$ 44 milhões por mês. O Walfredo Gurgel custa R$ 15 milhões por mês. Então veja que são custos muito altos. Mas saúde nos temos que encontrar solução. Não pode é ficar como está".
Também à gestão anterior, Rosalba creditou a demora na inauguração do terminal pesqueiro do Estado, construído ao lado do Porto de Natal. "Quem o projetou, no governo passado, escolheu um local onde o acesso não existe. Tem dificuldades porque a única rua para entrar, que é a rua Chile, vocês sabem que é uma rua tombada. Nos levamos ao ministro a possibilidade de fazer um viaduto, que é um custo muito alto. O ministro até ficou de estudar essas ideias". Mesmo assim, a governadora afirmou que pretende concluir o Terminal ainda no primeiro semestre neste semestre.
Fonte: Blog de Tulio Lemos
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